A carne cultivada surge como uma das grandes inovações no setor alimentício, prometendo revolucionar a forma como consumimos proteína animal. Para entender melhor os desafios, benefícios e o futuro dessa tecnologia no Brasil, a New Meat Brazil 2025 promovido pela TRIOXP FEIRAS E EVENTOS, que ocorrerá nos dias 14 e 15 de março de 2025 no Centro de Convenções Frei Caneca, São Paulo, conversou com a Professora Carla Molento, uma especialista no assunto. Suas respostas fornecem uma visão abrangente sobre os aspectos técnicos, ambientais, econômicos e sociais da carne cultivada. 

Desafios Técnicos e Científicos 

De acordo com a Professora Carla, os desafios técnicos e científicos para a carne cultivada se tornarem viáveis comercialmente incluem dois pontos principais: o escalonamento da produção e o refinamento dos insumos utilizados nos meios de cultivo celular. "É essencial aumentar a capacidade de produção em biorreatores maiores e desenvolver insumos não oriundos de animais que promovam um crescimento celular rápido e economicamente viável", destaca Carla. 

Benefícios Ambientais 

A carne cultivada é frequentemente citada como uma solução mais sustentável em comparação com a pecuária tradicional. Carla Molento explica que a produção de carne cultivada requer menos terra e água. "Para produzir 1 kg de carne cultivada, utilizamos significativamente menos terra e água do que para produzir a mesma quantidade de carne convencional", ressalta. Além disso, a carne cultivada não gera metano, um potente gás de efeito estufa, o que representa um grande benefício ambiental. 

Impacto na Preservação dos Ecossistemas 

Sobre a preservação dos ecossistemas e a redução do desmatamento no Brasil, Carla enfatiza a relação direta entre a carne cultivada e a conservação ambiental. "Como a carne cultivada necessita de menos terra, a adoção dessa tecnologia pode liberar mais áreas para serem incorporadas aos biomas naturais, preservando a biodiversidade", explica. Ela também menciona a redução das áreas destinadas ao pasto e ao cultivo de soja para ração animal, contribuindo ainda mais para a preservação ambiental. 

Implicações Econômicas 

As implicações econômicas da produção em larga escala de carne cultivada no Brasil dependem da atitude do país em relação à inovação. "Se o Brasil se engajar e acelerar o desenvolvimento dessa tecnologia, pode se tornar líder global na produção de alimentos. Caso contrário, o mercado será atendido por outros países, resultando em impactos econômicos e sociais negativos", alerta Carla. 

Colaboração entre Instituições 

A colaboração entre instituições acadêmicas, governo e setor privado é essencial para o desenvolvimento da carne cultivada no Brasil. "O desenvolvimento de sistemas complexos de produção de alimentos só será efetivo com a participação de todos esses setores. Políticas públicas proativas são cruciais para posicionar o Brasil na liderança dessa nova cadeia produtiva", afirma Carla. 

Segurança Alimentar 

Além dos benefícios ambientais, a carne cultivada também promete ser mais segura em termos de saúde pública. Carla aponta dois principais benefícios: a redução do risco de pandemias, devido às melhores condições de produção, e a diminuição da resistência antimicrobiana. "A produção convencional de carne usa muitos antibióticos, levando à resistência antimicrobiana. A carne cultivada pode ajudar a mitigar esse problema, preservando a eficácia dos antibióticos", destaca. 

Aceitação do Consumidor 

Sobre a aceitação do consumidor, Carla observa que o principal obstáculo é o preço. "Se a carne cultivada alcançar a paridade de preço com a carne convencional, a aceitação será alta, variando de 50% a 75% no Brasil", explica. Ela também menciona o papel crucial da imprensa na educação do público sobre os benefícios e os processos envolvidos na produção de carne cultivada. 

Próximos Passos para o Brasil 

Para que o Brasil se torne um líder global na produção de carne cultivada, Carla acredita que várias ações simultâneas são necessárias, especialmente a adoção de políticas públicas amplas e o apoio à pesquisa pública. "Precisamos organizar a indústria em todas as suas etapas e fomentar a pesquisa nas universidades. Isso inclui desde cursos de engenharia e biotecnologia até agronomia e culinária", sugere Carla. 

A Professora Carla Molento nos mostra que a carne cultivada é uma inovação promissora que pode trazer inúmeros benefícios ambientais, econômicos e de saúde pública. No entanto, para que esses benefícios sejam plenamente realizados, é essencial um esforço conjunto entre governo, academia e setor privado, juntamente com uma comunicação clara e precisa para o público. O Brasil tem a oportunidade de se destacar globalmente nesse campo, desde que adote estratégias proativas e colabore em todas as frentes. 

Para mais informações sobre o evento New Meat Brazil 2025, entre em contato com a organização do evento em newmeat.com.br 

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