O mercado plant-based no Brasil avança com apoio de banco de dados e regulação
O mercado de alimentos plant-based e proteínas alternativas no Brasil tem ganhado destaque com o lançamento de iniciativas que buscam acelerar a inovação e fomentar o desenvolvimento do setor, segundo informações publicadas no portal da EMBRAPA*. Entre as mais recentes, está a criação de um banco de dados pioneiro, desenvolvido pela Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro, RJ), com o objetivo de auxiliar a estruturação e regulação desses produtos no país. O projeto é fruto de uma parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e conta com o apoio do FoodTech Hub Latam, tendo como foco os chamados "alimentos e ingredientes contemporâneos", termo utilizado pelo Mapa para descrever essa nova geração de alimentos.
O banco de dados, previsto para ser concluído até o final do ano, terá uma linguagem acessível e será disponibilizado para consulta pública por meio do Mapa, que será responsável por sua gestão. "Nosso papel é construir uma plataforma de fácil compreensão, que servirá para apoiar a inovação no mercado de proteínas alternativas", explica Caroline Mellinger, pesquisadora e coordenadora do projeto na Embrapa. O conteúdo dessa plataforma será composto por informações levantadas em um workshop realizado em março deste ano, onde diversos representantes dos setores produtivo, regulatório e de inovação se reuniram para discutir os principais desafios e oportunidades desse mercado emergente.
Entre os pontos levantados, estão questões relacionadas a entraves técnicos, a necessidade de melhorias no processo de desenvolvimento de produtos e dúvidas sobre ingredientes e fornecedores. Além disso, o projeto inclui um levantamento sobre a percepção dos consumidores em relação aos alimentos plant-based, dados essenciais para guiar políticas públicas e estratégias de mercado.
Isabel Carneiro, coordenadora de Articulação para Inovação do Mapa, destaca que a regulamentação desses produtos é fundamental para agregar valor às cadeias produtivas e fortalecer as agroindústrias nacionais. "Estamos trabalhando em um programa que visa não apenas promover a inovação, mas também garantir que o Brasil tenha uma posição de destaque no cenário internacional", comenta. Ela também reforça que o desenvolvimento tecnológico desses ingredientes é essencial tanto para o mercado interno quanto para o externo, sempre levando em consideração a sustentabilidade dos sistemas alimentares.
Para Hugo Caruso, diretor da Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Mapa, o Brasil tem uma oportunidade única de liderar essa nova era de alimentos sustentáveis. "Somos um dos maiores produtores e exportadores de proteínas tradicionais, e agora, com essa iniciativa, temos a chance de entrar de maneira competitiva no mercado de ingredientes contemporâneos", afirma. Caruso ressalta que a segurança jurídica em torno da nomenclatura e regulamentação desses produtos é essencial para atrair investimentos e garantir o crescimento do setor.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também está envolvida na criação de um ambiente regulatório favorável à inovação. Tiago Rauber, coordenador de Padrões e Regulação de Alimentos da Anvisa, reforça que a demanda por proteínas alternativas cresce globalmente devido a questões como segurança alimentar, sustentabilidade e bem-estar animal. "Nosso compromisso é garantir que esses produtos atendam aos mais altos padrões de segurança e qualidade, sem comprometer a inovação", destaca Rauber.
Essa iniciativa tem o potencial de posicionar o Brasil como um dos líderes no mercado global de proteínas alternativas, que já apresenta um crescimento acelerado em várias partes do mundo. Paulo Silveira, fundador do FoodTech Hub Latam, enfatiza que o sucesso desse setor depende da colaboração entre governo, indústria e instituições de pesquisa. "É essencial que todos trabalhem em conjunto, com um plano estratégico robusto, para que o Brasil possa aproveitar essa oportunidade", conclui.
Evento vai debater o futuro do mercado plant-based no Brasil
As perspectivas e desafios discutidos ao longo desse processo serão aprofundados durante o evento Plant-Based Tech, organizado pela TrioXP. A conferência promete reunir especialistas do setor, reguladores e empresas para discutir temas como inovação, sustentabilidade e o futuro dos alimentos plant-based no Brasil.
Segundo Lúcia Abdala, CEO da TRIOXP, o Plant-Based Tech será um marco no debate sobre o desenvolvimento desse setor no país. "Queremos criar um espaço de diálogo e troca de conhecimento, onde as principais tendências globais serão analisadas, e o potencial do Brasil será amplamente discutido", afirma Lúcia. Ela ainda destaca que o evento será uma oportunidade única para que as empresas conheçam as melhores práticas e colaborem na criação de um mercado mais sustentável e inovador.
Com essa iniciativa, o Brasil se prepara para assumir uma posição de protagonismo na transição para sistemas alimentares mais sustentáveis, apostando na inovação e na colaboração entre diferentes participantes do setor.
Fonte: Portal EMBRAPA
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